quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Léo and Me: E a vida continua...!




Decidi criar este perfil por que eu estava beirando a loucura, isso mesmo!De repente acabou tudo sabe? O colegial chega ao fim e você se sente um lixo, seu mundo não existe mais, você terminou a escola, não existe rotina, não existem seminários, trabalhos de casa, alunos chatos, professores mais ainda...De repente você está na rua sem preparo algum, ninguém te avisou que seria assim, você passa 10 anos da sua vida indo para um lugar, e depois te jogam na rua, sem nada, sem planos, sem sonhos...Chega a 1ª semana de janeiro do ano pós colegial, você já começa a notar uns olhares meio atravessados por meio do seu pai, afinal de contas, já ta na hora de trabalhar né?Na hora do café da manhã, se ouve uma indireta aqui, outra acolá...Mas tem horas que a paranóia toma conta de você, tudo e todos estão contra, e querem que aceleradamente que você suma de suas vidas, até mesmo um comentário involuntário de seu pai sobre o aumento do pão, vira reclamação de que você está comendo de mais...Bem se isso acontecer com você, bem vindo ao mundo pós adolescência.Vou fazer 22 anos e passei por todas as fases que os adolescentes passam, ou vão passar.Aos 11 anos estava na época de querer ser mais velho e tentar ser aceito.Minha mãe me matriculou em uma escolinha de futebol, fiz amizades e até dei entrevista na TV uma vez. Sério! Foi no “Esporte Espetacular”, bem os méritos não eram meus, é que o professor da escolinha, não era um professor convencional, entende?! Ué como assim? Ele era cego!Ah calma ai Rodrigo depois você diz que essa história não é fake, como assim, um professor de futebol cego?


Não me faça essa pergunta, rs, eu não tenho essa resposta!Aos 14 anos comecei a ser “O Roqueiro” e andar com uma mochila jeans suja e fedorenta, toda pichada com nomes de nadas americanas, os erros ortográficos contidos naquela minha mochila, dariam pra fazer uma bela colcha de retalhos para um tenebroso inverno.Aos 15 virei o popular, já que desde que nasci sou um orador nato, e os muleques precisavam e mim pra colocar “as minas na fita” deles!Na metade dos meus 16 anos eu era “O fofo”, o menino que escrevia poesias, que era legal com todo mundo, e que fazia festas legais...Na outra metade, eu era o gay que namorava com o muleque que era novo na escola, no fim dessa metade eu comecei a namorar com a Jess e virei o menino normal de sempre...Já com 17 começou meu calvário, cai na fase do esquecimento, um muleque sem sal, magrelo e dentuço e comecei a formar o Rodrigo de hoje...Ainda normal é claro, um pouco mais “salgado”, não tão magro, e um pouco menos dentuço!Hoje tenho 21, (quase 22), e não sei ao certo como me definir.Ainda estou perdido, em um mundo de aparências onde faço de tudo para não aparecer,.Uma vez eu pensei que o Léo fosse o fim de todos os meus problemas, porém hoje em dia, pelo menos, as vezes, penso que todos os meus problemas começam e terminam com ele.Posso estar sendo injusto, insensível, impiedoso, mas enfim, vamos ver o que eu seria sem o Léo...Bem, se Leonardo Nunes, não houvesse comparecido na festa de aniversário de Rodrigo Velásquez, Rodrigo Velásquez teria passado a noite inteira dando sorrisos falsos, naquela festa chata, que o pai fez questão de promover, ajudando assim, um monte de adolescentes a começarem em um mundo cheio de bebidas alcoólicas, adolescentes estes que se não fosse pela bebida de graça, e comida idem, não estariam ali.


Depois da festa ele iria para seu quarto, mas não haveria presente algum pra ele desembrulhar, afinal de contas depois que se faz 13 anos, dificilmente se ganha presente em aniversário, pelo menos não daqueles que não são da família!Dormiria, acordaria, dormiria novamente, na segunda iria pra escola e ninguém mais se lembraria de como foi sua festa de aniversário...Mas, como Leonardo Nunes compareceu aquela festa, o roteiro foi altamente diferente, eu dancei, pois sabia que existia um muleque louro que estava na platéia admirando aquelas coreografias batidas e engraçadas, sorri e contei piadas, afinal de contas não estava afim de parecer entediante para uma pessoa que permanecia sóbria, mesmo com a quantidade de bebidas oferecida.Se Leonardo Nunes não tivesse surgido como um furacão em minha vida, eu nunca perceberia a família legal que eu tenho, já que nossas famílias são opostas, as vezes eu comparo minha família coma do Léo, e vejo o tanto que ele sofre, e sofro junto, e tento ajudá-lo e não chateá-lo com meus problemas, ele já tem os dele e não são poucos.No dia que minha mãe faleceu eu liguei chorando, foi difícil, era meu pior dia...Hoje eu tava no chat que o “LUX” criou aqui pra como BBM no “Messenger” ( MSN), daí eu comecei a conversar com a “Garota” a gente falou de emprego e tudo o mais, daí eu disse que trabalhava na Barra da Tijuca e que diariamente passava pela linha amarela, daí ela perguntou se era uma Via de acesso bem perigosa aqui no rio, pois ela via no noticiário que tinha muito tiroteio, daí ela comentou que nunca tinha visto ninguém morrei, eu fiquei quieto, afinal de contas, eu já vi...Foi no ano 200 que minha mãe recebeu o diagnóstico de câncer de mama, chegando em casa, choro, sofrimento, quimioterapia, queda capilar, operação, recuperação, nova vida!


6 anos depois e o diagnóstico de nódulos estomacais, mais sofrimento, quimioterapia, no lugar da queda capilar, a perda de peso, vômitos constantes, mais perda de peso, morfina, alucinações, mais choro, meus choros, meu descontrole, meus medos, meu emagrecimento, minha bulimia, depressão, em pleno carnaval e eu com minha mãe, chorando, sentindo raiva do meu pai, idas e vindas do Fundão ( hospital universitário Clementino fraga Filho) foi no dia 27/02/2007 que ela faleceu.Eu estava em casa era 18 e alguma coisa da tarde, aquele dia, o meu pior dia, eu descobri que eu não era invencível que eu não era tão forte, que eu estava sozinho, que eu era humano!Minha mãe era minha amiga, parecia comigo, física e psicologicamente, me ensinou a ler, me deu meu primeiro livro, me fez o que sou.Liguei por Léo, mas ele já sabia, a Claudia ligou pra avisar. Cláudia? É Claudia, amiga da minha mãe, mãe da minha irmã, atual esposa do meu pai, minha madrasta!O enterro foi em um cemitério chamado jardim da saudade, o dia lindo que fazia, era muito diferente da tempestade que se sucumbia em meu peito.Fomos ao enterro, eu não queria falar com ninguém, foi tudo desesperador, as pessoas vinham, despejavam os clichês, eu não ouvia, eu não queria ouvir.E o Léo? Ele estava comigo, mas eu, eu não estava com ele.Chegando em casa, fui pro meu quarto, não queria conversar, um pouco depois, o Léo, subiu, bateu na porta eu não respondi, mesmo assim ele entrou, sentou a meu lado, não disse nada, eu apenas chorava, ele passava a mão em meu ombro, tentava me consolar, recebia meu silencio e me entregava seu afeto.Dormi em seu colo, ele me pôs na cama, foi embora.Dois meses se passaram, eu não liguei, ele também não.A Claudia chegou, um tempo depois a Julia também...


Comecei a trabalhar, procurei o Léo, eu o amava, ele ainda não sei.Hoje ainda me sinto perdido, estou de férias na faculdade, aparentemente desempregado, mas feliz enfim!Olhando por um lado, ninguém é a razão de nossos problemas.


O Léo não cria os meus, sabe o que ele faz?


Me ajuda a sair deles.


A vida é complicada, mas eu vou dar o meu jeito!




E você também!




Boa noite!



Um comentário:

  1. Olá Rodrigo!

    Fico muito sensibilizado com a sua história!
    Continue sim tendo essa força q as vezes vc imagina não ter, mas pra quem tem Deus no coração tudo é possível, e vença!

    Vc é um vitorioso!

    Abrs!

    João

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