quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Léo and Me: O "Ridículo da Vida"


Acabei terminado com a Jéssica, mas ainda assim, a amizade não voltou a ser a mesma, até que um dia eu liguei pro Léo, isso eram umas 00:00.- Léo?- fala filho?- Tava dormindo?- Naum pô, tava na net, o que tu manda?- Nada pô, queria só conversar!- Fala muleque!- Sei lá, não é nada de mais não...- Queria só ouvir minha voz né Rodrigo!Fiquei um pouco mudo, eu acho que era isso, mas não queria admitir pra mim mesmo.- Cara posso te falar uma parada?- Se pode tudo Rodrigo!Dei um riso nervoso.
- Então tá bom! Se liga, você está afim de vir aqui pra casa?- Essa hora?- É hoje é sexta, baixei um filme, e estou sozinho, meus pais foram pra Angra, e só voltam na quarta, depois do feriado!- Putz, cara, não sei, vou dar um jeito aqui com meus pais e te ligo!- Valeu Brow!Até mais!

Acabou que ele naum veio e ficou só no convite mesmo, e nem ligar ligou...Desencanei um pouco, um mês depois chegou a época das olimpíadas escolares, eu como sempre me inscrevi em um monte de competições, não por ser fã de esportes e sim por causa dos pontos que se ganha!Os jogos ocorriam no ginásio da escola, os alunos eram divididos por bandeira, que se modificavam através das cores, nesse ano eu fiquei na equipe amarela, o Léo ficou na vermelha, que tipo, todos falam são as melhores do colégio, a azul não fica pra trás e a branca é a mais sem noção!Todo o colégio se reunia no ginásio como já disse os alunos que não competiam ficavam na platéia, torcendo gritando, cantando aquelas musiquinhas chatas com aquelas costumeiras rimas...Cheguei ao colégio as 9:00 naquele ultimo dia de jogos escolares, o clima frio estava de mais, eu estava com um cachecol meio laranja, uma calça jeans escura, o All star branco que já estava meio creme, a mochila preta nas costas, e os problemas acumulados em um cérebro calejado!Entrei no ginásio, recebi muitos sorrisos, algumas pessoas viraram o rosto, naum se agrada a todos, Sentei na arquibancada, estava com i-pod ligado, fiquei lá ouvindo minhas musicas, esperando o jogo começar, uns cinco minutos depois o vejo!Chuteira meio dourada, um short azul, camiseta da mesma cor, era o Léo, moh gato, ia competir no futebol, desliguei o som, fiquei olhando, o jogo começou, a gritaria também, mas eu nada ouvia, estava desligado do mundo...O Léo vez ou outra olhava pra mim, em seu rosto não conseguia distinguir nenhum vestígio de que estava feliz em me ver, não via nada, só um cara sedento por vencer, fiquei intrigado, e continuei acompanhando cada lance...

Depois que o time do Léo levou o segundo gol e a equipe vermelha quase foi expulsa da arquibancada por xingar todos os tipos de palavrões em quase todos os idiomas possíveis, o gol da equipe vermelha saiu, não, não foi o Léo que fez, isso só acontece nos filmes, ah e ele também não comemorou com um coração em minha direção, ou tirou a camisa que usava e por baixo tinha outra com uma foto minha estampada, ele simplesmente abraçou o muleque que fez o gol, e continuou na partida!O jogo estava acabando estava 2 X 1, pra equipe azul, o Léo fez um gol, olhou pra mim, e riu, uma coisa, normal, eu claro fiquei todo feliz, acabou empatada a partida, fui lá ao vestiário falar com a galera, o pessoal estava eufórico o empate parecia uma vitória, já que no time da equipe branca, jogava o Ricardo, o muleque era quase profissional e treinava no Fluminense...Depois de ver a partida da equipe do Léo fui jogar o meu xadrez, e venci também ganhei uma medalha “de ouro”, que é vendida aos montes em uma armarinho perto da escola...Depois dos jogos fomos todos pra um quiosque que tem à duas quadras da escola!


Chegou “maior bondão”, no quiosque, nem tinha cadeira pra todo mundo e o cara teve que pedir emprestado a mulher do lado, enfim, sentamos, o Léo foi um dos últimos a pegar aquela cadeira de plástico que fazia propaganda de cervejaria, tanto fez que pôs a cadeira ao lado da minha, eu curti aquilo, mas fiquei com vergonha, porém ninguém além de mim havia pensado em besteira.
Bebemos à vera, aqui no Rio até existe aquela lei que não se pode vender bebida alcoólica a não sei quantos metros de um colégio, mas é óbvio que por ser uma lei, e por estarmos no Rio, está era mais uma que não se cumpria!

Já ia dar umas 17:00 quando chegou um grupo de meninas, os muleques ficaram todos com fogo, até eu fiquei rindo e zuando também, mas daí teve uma que sentou no colo do Léo, eu fiquei, sem graça, sei lá, ciúmes? Talvez, só sei que minha barriga começou a doer, e eu não podia falar nada, só fiquei quieto, fitando o nada, e tentando olhar pela poça que meu copo havia feito na mesa, se minhas bochechas estavam vermelhas, por que eu tava sentindo meu rosto em brasas...

A menina passava a mão nos cabelos dele, hora no rosto, e ficava rindo, e falando coisas no ouvido dele, e o Léo, moh viajando, nem ai, só curtindo o momento...

Depois de uma meia hora nessa situação eu resolvi meter o pé, paguei algumas cervejas, e quando tava partindo pra casa o Léo deu um grito.
-Rodrigo!
Olhei pra trás, ele tava vindo em minha direção!
- Fala Léo!?
- Você está indo agora por quê? Nem me avisou!
- Putz, cê tinha ido ao banheiro com aquela menina, e pensei que fosse demorar!
- Não Brow, ela queria vomitar e eu fui com ela pô, só isso!
- Entendi...
- ...Cara, não me deixa sozinho não!
- Léo, que sozinho ta todo mundo ai véio!
- Cara, não me deixa sozinho!
Meus olhos se encheram de lágrimas, não sei o que me deu, eu tava amando de mais aquele cara, demais mesmo, e eu tava confuso, e sem entender direito as coisas, eu tinha 16 anos, não sabia muito bem de nada, achava que sabia, como acho que agora já sei, mas no fundo, sei que nada sei, e até essas filosofias baratas são balela...
- Você está chorando cara? Que, que eu fiz, fala!
Ele veio me abraçando, eu fui andando pra sair do campo de visão do pessoal, minha cabeça tava rodando, Putz eu estava bêbado, ele me colocou sentado no meio fio, e disse que ia pegar a mochila e deixar uma grana pra ajudar na conta.


Saímos, eu fui pra casa, ele também, dormi, acordei, dormi de novo, minha garganta estava inflamada, fiquei um tempo olhando o teto, fui tomar um banho, pensei em ligar, mas deixei quieto, estava me sentindo patético, como assim, de repente tudo o que eu fazia pensava e sentia, era em função dele, tava me sentindo impotente, no chuveiro pensei bastante, pensei muito, tanto que decidi, que não ia mais deixar as coisas continuarem dessa forma, eu tinha que ver se realmente eu estava gostando desse cara!

2 comentários:

  1. digo a historia ja rendeu milhoes de fas e pode ter certeza que vai atrair ainda mais fas
    bjossssssssssss

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  2. Assim como me atraíu...
    tenho uma história parecida
    e estou feliz em poder saber da tua.
    continuo lendo... rs!

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