quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Léo and Me: As pedras no caminho


Na semana seguinte, na escola, tinha um lance de um professor que era moh cheio de marra, e comigo então, putz, o cara me odiava mesmo, não falava comigo, e eu até hoje não sei o porquê disso, só sei que era a matéria que eu mais me esforçava, não podia dar mole praquele calhorda me ferrar...
E foi justamente na aula dele, que eu fui pego passando cola!
O Léo não era dos alunos mais inteligentes, mas também não era burro, mas tipo, ele não tinha estudado nada de física, e eu sacava um pouco,
é claro que não era um gênio, mas como disse procurava ficar por dentro do que o careca do professor dizia, eu tava meio safo, e aquele teste surpresa, não me pegou nada de surpresa;;;
As carteiras da sala eram juntas, eu claro que me sentava com o Léo, só que como íamos fazer um teste, tivemos que separar tudo, na medida em que a gente ia re arrumando a sala, o Léo ia fazendo uns sinais com os lábios e com as mãos...

Tipo...

To fudido... To frito...

Eu ri pacas, e o professor só me olhando com uma cara feia por cima daqueles óculos medonhos que ele usava...
Arrumamos toda a classe, o Léo ficou atrás da minha carteira, me cutucando com os pés, a prova tava fácil do jeito que eu imaginava, eram só 5 questões discursivas...
O Léo me pediu a borracha emprestada, mas o que ele queria mesmo era a cola da questão 3, escrevi na borracha e quando ia passar pra traz...

- Rodrigo me empresta essa borracha, por favor?
Eu gelei, por que justo agora esse cara seboso, desse professor vai querer a droga da minha borracha?!
- Ah professor pega ai com o Ygor por que eu vou emprestar aqui pro Léo!
- Não, eu quero A SUA borracha!
- Professor, mas a minha borracha é igual a do Ygor mostra pra ele ai Ygor...
Eu estava todo nervoso, e comecei a gaguejar, ele levantou aquela bunda gorda e veio em minha direção, eu olhei pra trás e o Léo estava vermelho igual a não sei o que...

Chegou perto de mim com uma cara do tipo “Viu o seu extraterrestrezinho demorou mais eu te peguei”.
- Me passa a borracha Rodrigo!
- Professor eu não sou obrigado a te emprestar meu material não!
- Eu quero ver a sua borracha só isso.
- Já disse é igual a do Ygor, pega a dele, por que eu não to afim nem de mostrar!
- E se o diretor pedir?
- Eu também não mostro, e além do mais pra que o senhor quer tanto ver essa borracha?
- Por que eu desconfio que você estava tentando passar cola!
- O senhor então está me acusando sem saber, ou seja, sem provas...
-... Deixe de ser insolente, a prova está em suas mãos...
- E o senhor tem como provar que a prova está em minhas mãos?
- Olha aqui, eu não tenho tempo de discutir com quem não merece, vai pra secretária, deixa a prova ( a prova de verdade, não a borracha!) em cima da mesa!
- Por que eu vou pra secretária? O que foi que eu fiz?
- Já disse, vá e diga ao diretor que fui eu que te mandei! Leve suas coisas, ah e não se esqueça da borracha!
- Rodrigo calma ai!
O Léo levantou-se da carteira!
- Eu vou com ele!
- Léo, fica ai cara, não precisa, deixa essa parada quieta!
- Claro que precisa!
Ele pôs o braço no meu ombro meio que me envolvendo, eu curti, e nós rumamos pra “solitária”
Eu nunca tinha ido à diretoria, não sei o que me deu, lá fui eu, ia me ferrar já tava até vendo!

Chegando lá o diretor estava no telefone, pra variar, sentei em uma salinha e fiquei conversando com o carinha da Xerox, muito legal ele, de vez em quando ele dava uma de inspetor também e ficou assustado por eu estar ali...
Uns cinco minutos depois vêm o Senhor Calvo (kkk) atrás de mim, já vem cheio de atitudes e desaforos.

- Professor Hamilton, o aluno, Rodrigo Velásquez contou o porquê de ele estar aqui?
- Não Calvo (kkk), ele não me disse, você gostaria de me fazer à gentileza de explicar?
O Hamilton é um Homem gordo, branco, com o rosto inchado, tem uma aparência bondosa, fede a tabaco, usa uns óculos grandes, é sempre muito justo, antes de ser diretor era professor de ciências.
- Então quer dizer que ele não disse que tentou passar cola, pro aluno Leonardo Nunes.
Tentei falar, mas o Calvo só berrava, e ficava cada vez mais vermelho!
- Professor Hamilton...?
Saiu um fiozinho de voz de minha laringe, ou seria faringe, ou nenhuma das duas?
- Diga Rodrigo.
- Eu queria que o professor Calvo, me mostrasse alguma prova de que eu estava colando!
- Muito bem, mostre sua borracha!
- Borracha? Professor, eu não tenho borracha!
- Como é que é, deixe de ser mentiroso menino, onde já se viu, mostre logo sua borracha anda!
O calvo ficou descontrolado, tentou pegar minha mochila, eu fiquei segurando, o Hamilton ficou assustado olhava aquela cena com uma cara de muito poucos amigos, minhas coisas caíram no chão, mas a borracha estava bem a salvo em baixo da maquina copiadora.
Todos os alunos da sala estavam observando pela parte de vidro da porta, começaram a rir, e a algazarra foi geral!
- Depois que eu recolhi tudo, o Calvo sentou no sofá, ele estava descontrolado, como ele é meio gordo, tava todo suado, nas axilas e na bunda, eu me segurei tanto pra não rir, que não consegui segurar, e saíram dois peidos ninjas**
...
Peido ninja, silencioso, mas, Fatal!
...

O Hamilton me mandou sair, ficou falando um tempo com o Calvo que me fuzilou com aqueles olhos negros, o Sinal bateu, todos saíram, e no intervalo, todo mundo vinha me parabenizar e rir, o Léo, ficou ao meu lado o tempo inteiro, disse que eu era um amigão, me abraçou, subiu nas minhas costas, enfim, maior coisa!

Os outros dias no colégio foram normais, eu como tinha virado o “deus menino” tava levando uma vida legal...
Até que teve a viagem de formatura, isso no fim do ano, ao invés daquela festa formal, a direção optou por viagens individuais, ou seja, turma por turma além doa alunos, um professor previamente escolhido pelos alunos, acompanharia o grupo.Nossa turma escolheu a Glória de português, e nós viajaríamos para Penedo, uma cidade serrana aqui do Rio de Janeiro. Cheguei na casa do Léo 06:30 da manhã, a gente sempre ia a pé pra escola, mas aquele dia tínhamos que chegar cedo, eu já tava todo eufórico esperando o Léo que pra variar já tava atrasado, cheguei na casa dele, seu pai estava na cozinha tomando café, me deu um oi caloroso e ficou conversando banalidades comigo...

- E o flamengo hein Rodrigo?
Eu que vou saber – pensei-
- Torço pro Botafogo seu Carlos!
- Ah é verdade tinha me esquecido, você é igual ao Léo...
Risos nervosos e um silencio constrangedor, ele fingindo que lia o jornal, e eu fingindo que olhava algo perdido na bolsa, 20 minutos depois o Léo desceu, boné, calça jeans, um tênis branco, a bolsa transpassada, o sorriso perfeito, enfim, o Léo...
Dei tchau pro seu Carlos e fomos caminhando pro ponto de taxi, ele ficou me contando dos pais dele de uma possível separação e que não sei mais o que, eu fui ouvindo tudo, falava coisas do tipo...
“Essas coisas, acontecem...” “Vai tudo melhorar”... E todos os outros clichês imagináveis
!

3 comentários:

  1. tempo de escola temos muitas lembrnças boas mesmo com as mais apertadas.
    E ainda mais na sua situação... tá massa isso aqui.

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  2. esse conto é demaiis cara.... :D:D
    eu sempre leio ele pra me animaar =)

    PARABÉNS!

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